sexta-feira, 25 de abril de 2008

Consciente e Inconsciente em Freud

Durante mais de quarentas anos Freud explorou o inconsciente pelo método da associação livre, desenvolvendo a primeira teoria compreensiva da personalidade.

Ele comparava a mente a uma montanha de gelo flutuante, em que a parte que se vê na superfície representa a região da consciência, enquanto a massa maior submersa representa a região do inconsciente. No vasto domínio do inconsciente são encontrados os impulsos, as paixões, as idéias, os sentimentos reprimidos.
Além do inconsciente Freud estrutura a personalidade em três grandes sistemas: id, ego e superego.
Id: é chamado por Freud como a verdadeira realidade psíquica, porque ele representa o mundo interno da experiência subjetiva e não tem conhecimento da realidade objetiva.
Ego: existe porque as necessidades do organismo requerem transações apropriadas com o mundo objetivo da realidade. Seu papel principal é o de intermediário entre as exigências instintivas do organismo e as condições do ambiente. Seus objetivos com sistema em manter a vida do indivíduo e garantir a reprodução da espécie.
Superego: é a arma moral da personalidade; representa mais o ideal do que o real e tende mais à perfeição do que no prazer. Sua preocupação principal é decidir se alguma coisa é certa ou errada, de modo a poder a pessoa agir em harmonia com os padrões morais autorizados pelos agentes da sociedade.
Embora cada um desses sistemas tenha suas próprias funções, propriedades, componentes, princípios operantes, dinamismos e mecanismos, atuam um sobre o outro tão estreitamente que é difícil, senão impossível, destacar seus efeitos e determinar a contribuição de cada um para o comportamento humano. O comportamento é quase sempre o resultado da interação desses três sistemas; raramente um sistema funciona com exclusão dos demais.
No filme O Porteiro da Noite, nos relata bem a questão da estrutura da personalidade de Freud, ressaltando o ego que está ligado à pulsão e ao recalque, nome conhecido pelos psicanalistas, diferente dos psicólogos que chamam o recalque de memória afetiva, com isso, só muda a terminologia, pois no fundo é a mesma coisa. O exemplo do recalque percorre todo o filme, dando início no momento, em que a moça entra no hotel juntamente com o seu marido e o porteiro Max olha para ela , com isso ocorre imediatamente o insight, entre porteiro e a moça. O que estava no seu inconsciente, passa para o consciente se recordando que já o conhecera quando estava no Campo de Concentração. Começam a reviver o momento de dor e de gozo entre as dificuldades e os martírios na época do nazismo no Campo de Concentração.
A memória afetiva, muitas vezes ocorre na nossa história, mas não temos consciência do que se trata, pois pode ser uma coisa que aconteceu na nossa infância e ficou guardado no nosso inconsciente. Por exemplo, quando estamos andando na rua, de repente deparamos com um cachorro, automaticamente temos a tendência a atravessar a rua, sem saber a motivação do medo. A questão vem á tona porque podemos esquecer os fatos, mas não a emoção que nos acompanha, esta permanece no inconsciente, pronta para aflorar quando se apresentam circunstâncias semelhantes.
Quando ocorrer essas situações na nossa história é importante partilharmos com uma pessoa que esteve próxima de nós na infância, ou quando temos a oportunidade de fazermos uma análise ou terapia, isso nos ajudará muito, pois começamos a viver de uma forma mais livre e integrada conosco mesmo e com os outros.

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