quinta-feira, 3 de abril de 2008

A Lei Moral em Kant

O objetivo da pesquisa é validar a pressuposição de que a antropologia pragmática é uma antropologia moral, uma vez que objetiva demonstrar o que o homem pode fazer da sua natureza, ou seja, como se articula a sensibilidade do ser racional e o cumprimento da lei moral. Se conseguirmos validar tal hipótese de trabalho também poderemos asserir que a moral kantiana, principalmente nos textos tardios, tem um aspecto heurístico, cujos conceitos possibilitam demonstrar a relação entre fenômenos, de tal modo a descrevê-los e caracterizá-los. No livro Die Reliogion é o compromisso do gênero humano consigo enquanto que na Antropologie é a idéia do ser humano como cidadão do mundo.
A religião racional é derivada da moral pura, porque por meio da idéia de Deus como legislador moral, ordena o gênero humano a cumpri os deveres morais como se fossem deveres divinos. A religião racional é a referencia, ou o compromisso do gênero humano para consigo. Que são as virtudes que se desmembra no legislador moral que é o próprio Deus. Kant reduz a religião à moral e transforma em discurso religioso, que desmembra da fé racional que é fundamentada numa boa conduta moral. As revelações bíblicas auxiliam o homem no cumprimento do dever e não determinam a máxima moral adotada na ação. A interpretação da fé eclesial pode conter erros, porque está fundamentada em um estatuto e doutrinas de uma religião, e a fé é revelada por meio de tratados, epistola e outros documentos religiosos pelo chefe eclesial. Depois essa fé racional auxilia para máxima moral que é o supremo bem, que implica o compromisso do gênero humano consigo mesmo. A máxima moral é a lei moral que está escrita no coração de cada homem efetivando o acordo do gênero humano consigo que é: “nunca se deve utilizar o outro ser humano como meio, mas sempre como fim”.
Por fim, a religião ou o discurso religioso pode tornar um discurso moral e pode auxiliar o homem a determinar a sua vontade segundo a lei moral, ou seja, para kant dentro da moral há um espaço para simbolização de que não é apenas por uma estrutura lógica que a vontade do homem é determinada. Explica-se, então que, a sensificação não equivale a significação, pois se falasse que as duas coisas são equivalentes, não poderiam abrir um domínio semântico para religião, estética, ou seja, como essas podem contribuir na orientação da vontade do ser racional finito, que não é apenas um ser racional mas também um ser simbólico porque está imerso em uma cultura. Em suma, a tese apresentada mostra que a simbolização ou os discursos religiosos estéticos tem a ver com a determinação do ser finito por meio de uma lei moral.

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