sexta-feira, 14 de março de 2008

Comentário da Tragédia Grega “Édipo Rei”



Édipo era filho de Laio e Jocasta. Por ocorrência da morte de seu pai, ele foi criado por Lico. Apaixonou-se por Crispo, filho de Pélope, e fugiram para Tebas. No desespero das circunstâncias, Crispo atira-se no poço e morre. Seu pai Pélope acusa Laio de matar o filho e joga uma maldição: “Se tivesse um filho, seria morto pelo próprio e sua descendência sofreria conseqüências trágicas”.
Quando nasce o filho de Jocasta, Laio manda furar os pés e abandona-o no Monte Citerão, pelo medo da maldição. O pastor o encontra e batiza com o nome de Édipo (os pés inchados). Com o passar do tempo, a maldição cai sobre Édipo, no qual mata o pai e casa com a própria mãe sem saber. Com ela, tem quatro filhos: Polinice, Etéocles, Antígona e Ismene. Jocasta ao descobrir que Édipo era seu filho, se suicida e Édipo fura seus próprios olhos. Com o passar dos anos, foi expulso do reinado pelos filhos Polinice e Etéocles, que após a guerra acabaram morrendo. Antígona, sua filha que amava muito o pai, acompanha-o em seu exílio e após alguns anos ele falece em Colono.
Sigmund Freud vem nos contribuir com a sua teoria psicanalítica, relatando que os cinco primeiros anos de vida são decisivos na formação da personalidade. Ele descreve que passamos por quatro estágios: oral, anal, fálico e genital. No estágio fálico aparecem os prazeres de masturbação e da vida de fantasia da criança, que acompanham a atividade auto-erótica, preparando para o complexo de Édipo que foi uma das suas maiores descobertas, que ele mesmo tomou esse nome do rei de Tebas, que matou o pai e casou-se com a mãe. Ocorre no complexo de Édipo que o menino deseja possuir a mãe e afastar o pai, e a menina deseja possuir o pai e afastar a mãe. Esses sentimentos aparecem nas fantasias da criança no ato da masturbação e na alternância das ações de amor e de ódio em relação aos pais.
Através da interpretação de Freud, podemos perceber que Édipo continua muito real no nosso cotidiano. Devemos estar atentos com as crianças, as suas reações e comportamentos que surgem a partir da infância, porque são esses acontecimentos que vão permear toda a sua história, desencadeando ou não para uma vida totalmente erótica ou equilibrada diante dos fatos do dia-a-dia. Diante dessa situação, os pais devem estar atentos para ensinar e transmitir ao filho que tanto o pai quanto à mãe o amam, ele não precisa menosprezar nenhum dos dois. Mesmo que essa questão seja de modo inconsciente, os pais devem ajudar a criança a fazer um caminho de reconhecimento do amor ágape que estão recebendo.

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